Passei o dia estranho. Estranho mesmo, não conheço outra palavra mais adequada... Não estou irritado, não estou mal-humorado, não estou melancólico, não estou triste - estou... estranho.
Mas faz parte do contexto, acho. Desconfio que nenhuma outra reação seria tão adequada quanto a minha estranhez... Comecei 2009 de um jeito e, de repente, minha vida inteira vira de ponta cabeça. Tudo: profissional, familiar, hábitos, lugares, planos de futuro, círculos de convivência... mas talvez nada tenha sido tão repentino quanto o emocional e, bem, de uma forma ou outra, também mexe com, senão planos, visões de futuro e de mim mesmo que antes pareciam tão mais palpáveis. Todos os outros processos foram (muito) levemente graduais, o que dá espaço a um processo de adaptação um pouco mais cauteloso... Esse não. De repente, de uma hora pra outra, me vejo sentindo coisas que, caraca, sempre achei que não eram pra mim.
Não sou bom com isso... Meu racional é quase impecável, mas pegar o emocional de um capricorniano e revirá-lo desse jeito beira o desumano. Não sei como reagir, não sei o que pensar e acabo me pegando fazendo coisas que, julgava, não são de mim. Mexe com minhas inseguranças e meus medos... Mexe com meu medo da perda e da rejeição.
Ontem, no final das contas, foi isso: me perdi no emaranhado das minhas expectativas, medos, inseguranças e orgulhos e acabei me machucando e talvez machucando a última pessoa que queria machucar.
Feliz sim, muito feliz. Estou muito, mas muito feliz. Só preciso desse tempo de adaptação.